Laparoscopia ou videolaparoscopia - VDL |
Já utilizamos a técnica laparoscópica
rotineiramente
A laparoscopia possibilita a recuperação mais rápida do paciente, que sai do leito no dia seguinte. |
A laparoscopia
é uma técnica de cirúrgica minimamente
invasiva, ou seja, na qual utilizamos apenas pequenas incisões entre 0,5 e
Pode ser empregada sobre o rim (cálculos, tumores, estenoses de JUP, transplante, cistos, hidronefrose, etc.), suprarenal (tumores), varicocele, testículo (criptorquídico - escondido), ureteres (cálculos, fibrose retroperitoneal, etc.), bexiga (incontinência urinária, tumores invasivos, com ressalvas) e próstata (câncer, com ressalvas).
Como todo procedimento cirúrgico, tem seus riscos, que devem ser colocados aos clientes, em termos de eficiência e morbidade (possibilidade de complicar), como por exemplo, que toda cirurgia laparoscópica pode acabar em cirurgia aberta, se houver alguma dificuldade técnica, como sangramento excessivo. O bom senso deve sempre prevalecer e deixar-se bem claro que a laparoscopia não se presta a todo procedimento cirúrgico, pelo menos até este momento. Nos grandes centros de medicina no exterior, a quantidade de cirurgias laparoscópicas é muito inferior à quantidade realizada aqui no Brasil, não significando que países como Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Espanha, Alemanha, Japão, etc. tenham dificuldades com a técnica laparoscópica, mas sim que são muito mais criteriosos com as indicações da mesma. Infelizmente em nosso país, com a péssima remuneração dos convênios ao médico, alguns colegas são levados a indicar “cirurgia laparoscópica” porque receberão um valor de honorários um pouco maior. Obviamente esta questão financeira não pode nortear as indicações da cirurgia laparoscópica. Ainda a cirurgia aberta tem seu lugar garantido ao nosso ver, como nas cirurgias radicais (urooncologia) de tumores malignos volumosos, como rim, suprarenal, bexiga e próstata, onde o objetivo é a cura e as vantagens apontadas pela laparoscopia não se sobrepõe ao objetivo da cirurgia, pois uma porcentagem ainda grande de margens comprometidas tem sido demonstradas nas tentativas de utilizar a laparoscopia como rotina nas cirurgias radicais, além do risco de “semear” o peritôneo (membrana que envolve os órgãos internos) com implantes tumorais, comprometendo assim o resultado do tratamento.
Como as demais cirurgias “sem” corte, como as RTU (ressecções transuretrais) de próstata e bexiga (veja RTU), sempre salientamos aos clientes que os riscos são os mesmos, a anestesia é a mesma e os cuidados pós-operatórios são os mesmos. O fato de não termos muita dor no pós-operatório, deixa uma falsa impressão que não houve agressão cirúrgica ao organismo.
Existe ainda uma técnica mista, onde o urologista, além do instrumental laparoscópico, introduz uma das mãos (“hand assisted”) na cavidade para auxiliar o manuseio de algum órgão, como por exemplo um rim que deve ser cuidadosamente retirado “intacto” para um transplante renal. Não existe ainda técnica consolidada para o implante do rim no receptor, apenas para a retirada do rim do doador. Em transplante por laparoscopia entenda-se apenas a retirada do doador pela técnica acima descrita.