Transplante Renal
É um procedimento médico-cirúrgico realizado pelo Urologista com suporte do Nefrologista, no qual um rim que anteriormente era de uma pessoa, chamada de doador, é colocado (implantado) em outra pessoa cujos rins naturais não funcionam mais, chamada de receptor.
Se o transplante tiver êxito, este novo rim suprirá todas as funções (secretora e excretora) que os rins naturais não são mais capazes de fazer e eram realizadas anteriormente pela diálise e medicamentos.
O transplante renal é normatizado pela lei 8494, de 18/11/92 e pelo decreto 879, de 22/07/93. Segundo tais dispositivos legais, podem existir três tipos de doadores. Um deles, é o doador vivo relacionado, ou seja, um parente, de ambos os sexos (avós, netos, pai, mãe, irmãos, filhos, tios, sobrinhos, primos até segundo grau, inclusive cônjuge), que maior e capaz durante sua vida, doa gratuitamente um de seus rins ao paciente. Outro tipo de doador, é o doador vivo não-relacionado, que é o indivíduo sem nenhum vínculo familiar com o paciente e que, sendo maior e capaz perante a lei decide, espontaneamente, sem coação ou remuneração (pagamento), doar um de seus rins. Nestes dois primeiros casos, o doador tem que ser uma pessoa saudável, sem doenças comprovadas por exame médico e laboratorial, de modo que a doação não se torne um transtorno à saúde do doador. O terceiro e último tipo de doador, é o doador cadáver, isto é, o indivíduo em morte encefálica (morte cerebral irreversível), mantido vivo por máquinas, e que a família autorizou a retirada dos órgãos para transplante.
Logicamente que o melhor doador é aquele mais compatível (semelhante imunologicamente) possível. Tal compatibilidade é determinada por vários fatores, entre os principais destacamos, o Tipo Sangüíneo (ABO), Antígenos de Histocompatibilidade (HLA), Prova Cruzada (Cross-Match), etc.(ver FAQ’s Transplante Renal).
A vantagem do transplante de rim é que o mesmo oferece uma chance de melhor qualidade de vida e uma independência da diálise. A diálise, por melhor e mais moderna que seja, não substitui plenamente o rim, mas o rim transplantado sim. Os transplantados com êxito, podem ter uma dieta mais próxima do normal e ingerir líquidos de forma mais liberal. O mesmo pode se dizer de sua atividade física, onde terá mais autonomia. Mesmo com todas estas vantagens apontadas, necessitará de seguimento médico e uso constante de medicações imunossupressoras, pois o novo rim é um “estranho” no corpo do receptor (ver FAQ’s Transplante Renal).
Potencialmente, todos os portadores de insuficiência renal são candidatos ao transplante, salvo em algumas situações proibitivas (ver FAQ’s TX). O candidato ao transplante será minuciosamente investigado com objetivo de verificar qualquer situação que coloque em risco o sucesso esperado do transplante. Lembro aqui, o implante do rim no receptor é uma cirurgia muito delicada, pois temos que criar um novo espaço para o rim e ligá-lo à artéria e veia do receptor, bem como ligar o ureter (ver Anatomia) na bexiga, para que a urina tenha destino certo. A posição mais comum é logo acima e ao lado da bexiga, onde podemos reconstruir todas as estruturas citadas com menos dificuldade e ainda teremos o rim protegido pelos ossos do quadril (bacia). Geralmente, o implante é feito sob bloqueio anestésico (anestesia nas costas) contínuo (com cateter) e sedação (como uma anestesia geral venosa) e é colocada uma sonda (dreno) na sua bexiga pela uretra (canal da urina) para que tenhamos uma idéia de quanta urina (diurese) o novo rim está produzindo. O maior risco de perder o rim é a rejeição deste por parte do organismo do receptor, motivo pelo qual o uso de drogas imunossupressoras é para sempre. Alguns rins podem levar dias ou semanas para produzir urina e outros em poucos minutos já o fazem. Como existem extremos cuidados antes e depois do transplante, é proibido fumar por causa do risco de infecções respiratórias enquanto estiver usando os imunossupressores.
As informações aqui contidas são genéricas e objetivam esclarecer sobre um assunto pouco divulgado, possibilitando um melhor diálogo com seu médico, mais proveitoso para você. Lembro aqui, cada caso é um caso e rotinas e condutas diferentes poderão ser adotadas para cada transplantado.