Anatomia e Função
A próstata um órgão exclusivo do sexo masculino. Está localizada abaixo da bexiga, na frente do reto. No homem adulto, a próstata tem o tamanho aproximado de uma ameixa, pesando cerca de 20 gramas. Ela envolve a uretra, que conduz para fora a urina que se acumula na bexiga.
Patologias
Próstata normal
Próstata aumentada
- Hiperplasia Prostática Benigna (HPB);
- Câncer de Próstata;
- Prostatite.
- jato urinário cada vez mais fraco;
- dificuldade ou demora para iniciar a micção;
- necessidade frequente de urinar;
- acordar à noite para urinar;
- interrupção involuntária do jato urinário;
- presença de sangue na urina;
- dor ou sensação de queimação durante a micção;
- urgência (sensação de que não pode segurar a urina);
- sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Escore de sintomas prostáticos
O Escore de Sintomas Prostáticos pode ser interpretado pelo seu médico considerando três categorias:
- Leve: 0 a 7;
- Moderada: 8 a 19;
- Severa: 20 ou mais.
Nota: A correta interpretação desses resultados somente pode ser feita com a participação direta de seu médico.
Muitos desses sintomas podem estar presentes em diferentes doenças da próstata:
- Prostatites infecciosas e não infecciosas;
- Hiperplasia Prostática Benigna;
- Câncer de Próstata.
HPB - Hiperplasia Prostática Benigna
Adenoma prostático, hipertrofia prostática ou – termo cientificamente mais correto – hiperplasia benigna (HPB) são termos análogos que significam simplesmente “engrossamento” da próstata (das dimensões originais de uma pequena ameixa, pode atingir o tamanho de uma laranja grande). Embora ainda não estejam bem definidos os mecanismos e as causas da HPB, o certo é que, com o passar da idade, especialmente depois dos quarenta anos, verifica-se um novo arranjo na produção de hormônios masculinos. Isto é natural, fisiológico. De fato, habitualmente quando o médico diz: “hiperplasia prostática”, acrescenta o termo “benigna” e subentende-se que não há aí qualquer relação entre a hiperplasia e o câncer de próstata.
Próstata Normal
Próstata com Hiperplasia Benigna (HPB)
É interessante que a composição da próstata inclui grandes quantidades de tecido glandular e principalmente o que se chama “estroma” (trama tecidual), entremeado de tecido muscular liso.
Normal – 2 : 1 | Esta relação mostra que normalmente há duas vezes mais tecido muscular do que glandular na próstata |
HPB – 5 : 1 | Em homens com HPB passa haver cinco vezes mais tecido muscular do que glandular na próstata |
Esta informação é necessária diante do fato de que esse tecido muscular se contrai por ação de um hormônio (noradrenalina), agravando o efeito compressor da próstata sobre a uretra.
Assim, quando se bloqueia a atividade da noradrenalina, pode-se obter alívio dos sintomas urinários associados ao crescimento anormal da próstata.
Importante: A presença de HPB não significa que o paciente desenvolverá câncer de próstata no futuro!
De acordo com pesquisas feitas na região central da Escócia, a prevalência da HPB na população masculina é a seguinte:
IDADE | TAXA DE HPB |
40 – 49 anos | 14% |
50 – 59 anos | 24% |
60 – 69 anos | 43% |
70 – 79 anos | 40% |
Sintomas
É interessante notar que nem sempre o volume da próstata corresponde à gravidade dos sintomas. Há pacientes com próstatas pouco aumentadas, mas com sintomatologia acentuada e vice-versa. Daí a importância do exame urológico bem-feito, incluindo sempre toque retal.
Clicando aqui você verá uma animação que explica como a HPB se desenvolve.
Fatores de risco
- Idade (mais de 50 anos);
- Presença de níveis elevados de andrógenos (testosterona/diidrotestosterona);
- Hereditariedade.
Medidas Diagnósticas
- Obrigatórias:
História clínica;
Escore de sintomas;
Exame físico (toque retal, etc);
Sedimento urinário;
Creatinina;
PSA.
- Recomendáveis:
Ultrassonografia;
Fluxometria;
Resíduo Urinário.
- Opcionais:
Urodinâmica;
Urografia Excretora;
Uretrocistografia;
Endoscopia;
Outras.
Câncer de Próstata
Excluindo o câncer de pele, o câncer de próstata é, hoje em dia, comumente diagnosticado em homens de todas as idades nos Estados Unidos. Em 1990 cerca de 100.000 novos casos de câncer de próstata foram diagnosticados, dos quais 20.000 afetavam homens com idade superior a 65 anos. Durante 1990, ocorreram 30.000 mortes causadas por câncer de próstata, o que faz com que esse tipo de câncer seja o segundo mais fatal para homens de todas as idades e o mais fatal para aqueles com idade superior a 55 anos. Estudos epidemiológicos indicam que 1 em cada 11 homens brancos nos Estados Unidos desenvolverão câncer de próstata clinicamente significativo. O risco entre os homens negros é ainda maior: 1 em cada 10 desenvolverão essa neoplasia. A incidência anual de câncer de próstata vem aumentando muito nas últimas seis décadas.
O câncer de próstata constitui, atualmente, a neoplasia mais freqüente do homem, representando 21% do total de casos e tendo ultrapassado em freqüência os tumores de pulmão e cólon. O comportamento biológico inconstante desta neoplasia, com crescimento por vezes indolente e pouco agressivo, faz com que a proporção de óbitos pela doença seja inferior a dos casos de câncer do pulmão e cólon.
O número de casos de câncer de próstata varia geograficamente, com áreas de maior ou menor prevalência. Na cidade de Shangai (China), a incidência de novos casos por ano é de 0,8% por 100.000 habitantes e em algumas cidades dos Estados Unidos, como Atlanta, a doença é identificada em 100 por 100.000 habitantes, o que corresponde a uma incidência 120 vezes maior. Na cidade de São Paulo (Brasil) são diagnosticados 22 novos casos novos por 100.000 habitantes a cada ano. Embora nos Estados Unidos o câncer de próstata seja duas vezes mais frequente nos indivíduos negros do que em brancos, isto não parece se repetir nos demais países. No Brasil esta forma de neoplasia parece ser menos comum em negros. Este tipo de câncer é bastante raro antes dos 50 anos e sua incidência aumenta progressivamente com a idade. Cerca de 60% dos homens acima dos 80 anos apresentam neoplasia primária da próstata quando a glândula é estudada através de cortes seriados. Apenas 5% desses casos manifestam-se clinicamente, indicando que os tumores descobertos incidentalmente têm uma evolução mais benigna.
Embora exista alguma controvérsia quanto ao comportamento biológico do câncer de próstata em indivíduos jovens, algumas observações sugerem uma maior agressividade do tumor nesse grupo etário.
A incidência de câncer de próstata é um pouco mais elevada em famílias de portadores da doença. Esta constatação e a maior prevalência destas neoplasias em certas áreas geográficas, sugerem a influência de eventual fator genético no aparecimento do câncer da próstata.
Os tumores da próstata só produzem manifestações clínicas quando a neoplasia atinge a cápsula prostática, ou seja, quando a doença já se apresenta relativamente avançada. Nas fases iniciais o tumor só pode ser identificado através de exames clínicos de rotina, o que justifica a realização do toque retal anual em todo o homem com mais de 50 anos de idade.
O toque retal representa a forma mais acurada de se identificar casos de adenocarcinoma da próstata, sendo sua sensibilidade de 67% a 69% (chance do exame ser positivo em caso da doença) e sua especificidade de 89% a 97% (chance de se encontrar câncer quando o exame é positivo). Comparado a nove outros métodos, o toque retal provou ser o mais eficiente no diagnóstico precoce do câncer de próstata (câncer urológico).
Radioterapia X Hormonioterapia X Cirurgia Radical no Câncer de Próstata
“Comprometendo o futuro por causa do presente” (por Dr. Paulo Rocha, TiSBU)
O tema Radioterapia (RT) no Câncer de Próstata (CaP) é ainda assunto controverso e talvez as perguntas erradas estejam sendo feitas pelos pacientes aos médicos ou por outro lado, as explicações técnicas dos médicos estejam sendo muito superficiais e resumidas, não mostrando a verdadeira dimensão e extensão deste tipo de abordagem no CaP.
A meu ver, em se falando de cura, objetivo precípuo de todo tratamento de câncer, a primeira pergunta correta seria “É a RT a melhor opção de tratamento no meu caso?” e não simplesmente “Posso fazer RT?”, pois a RT pode ser feita em qualquer etapa da doença, mas tem indicações precisas nos casos em que a cura não pode ser oferecida pela cirurgia radical.
Assim, com o advento da internet, ficou fácil para a pessoa doente ler o que gostaria de receber como tratamento para a sua doença, obviamente procurando a maneira mais fácil e menos agressiva, ao menos na opinião do leigo.
A RT para a próstata se enquadra neste grupo, pois muitos homens trocam a única chance real de cura, a cirurgia radical, pela Radioterapia e suas promessas de tratamento não invasivo, de manter a potência e continência ou seja, um tratamento seguro e garantido.
Não posso deixar de reconhecer que a RT realmente baixa os níveis de PSA, até por longo tempo, mas me preocupam os efeitos colaterais, comum a qualquer dos tipos e técnicas de RT, que na maioria das vezes, pelo menos na minha prática, todos os clientes desconhecem.
Aqui entra o que chamamos de qualidade de vida e morbidade, ou seja, a possibilidade de complicações e intercorrências.
O tratamento radioterápico não tem efeito controlado no organismo ou seja, mesmo depois de anos, a radiação continua com seu efeito deletério na região da aplicação, mormente no caso da próstata, que é vizinha de outros órgãos nobres, como a bexiga, uretra e reto, fundamentais para uma boa qualidade de vida.
Ponto por ponto, podemos discutir longamente o assunto, deixando claro novamente que a RT tem seu papel no CaP, mas em casos onde os tratamentos tradicionais já falharam e não como primeira escolha. Recidiva pós cirurgia radical, pode-se indicar a RT; Hormonioterapia castração clínica ou cirúrgica) falhou, tumor hormônio-resistente ou escape hormonal, pode-se indicar a RT; Associação de cirurgia e hormônio, sem sucesso, pode ser indicada a RD ou seja, sempre a RT será uma opção, só não à falha dela mesma ou à presença inexorável de seus efeitos colaterais, raramente discutidos antes do início do tratamento e que acabam na mão do urologista, que geralmente tem pouco a fazer em relação às radiopatias pós RT no CaP.
Em relação ao tumor em si, não existe técnica na RT, que delimite, exatamente, a área a ser tratada e a regra geral é irradiar toda glândula prostática, pois poupar alguma porção dela é possibilitar uma recidiva no tecido sadio, seria por analogia, tentar retirar por cirurgia apenas o tumor. Se na cirurgia, o método mais seguro e sob visão direta não se corre este risco pois deixar tumor é um problema – crescerá e formará novo tumor – imagine num procedimento guiado por imagem, onde todos os nódulos são iguais. Dada a esta dificuldade técnica, qual / quais nódulos são ou não cancerosos, não inerente apenas à cirurgia, retira-se a próstata toda, com poucos efeitos colaterais, contornáveis. Já a RT abrangendo toda a próstata ou a Braqui com muitas sementes tem efeitos colaterais a médio – longo prazo, intratáveis.
Aí começam os problemas, pois uma próstata maior que 20 ou 30 gramas, já está próxima à sínfise púbica e consequentemente à inervação profunda do pênis, responsável pela integridade da potência sexual masculina.
Isto posto, para abranger toda a próstata, a irradiação lesa também estes nervos (a técnica da cirurgia radical é nerve-sparring), ficando o homem impotente em curto a médio prazo.
Da mesma forma, abrangendo toda a próstata, seu interior, geralmente benigno (se imaginar a próstata como uma cebola, as camadas mais externas são as mais antigas e propensas ao câncer e as mais internas, mais jovens, são isentas de tumor, nos estágios iniciais) onde passa a uretra (que possibilita a micção) também é extensamente comprometido pela radiação e leva à estenose de uretra e/ou incontinência urinária, por necrose daquele segmento, com frequentes depósitos de cálcio, resultado das infecções urinárias de repetição. O mesmo se passa no esfíncter externo (que normalmente usamos para cortar o jato urinário nas micções), que torna-se rígido e ineficaz, de maneira irreversível, contribuindo para o aparecimento da incontinência urinária, um desastre para a qualidade de vida do paciente.
A bexiga, órgão muscular oco, de paredes musculares delicadas e complacentes, destinado a conter um grande volume urinário por horas, torna-se, pela cistite actínica ou bexiga de radiação, uma bolsa rígida, perde sua complacência e seu volume diminui drasticamente, levando o homem ao banheiro em curto espaço de tempo, pois não funciona mais como reservatório. Sua sensibilidade é aumentada e qualquer volume urinário desperta a vontade de urinar que se não for satisfeita, transforma-se em dor ou numa ardência insuportável.
Nem mesmo o reto, contíguo à bexiga e próstata, tão próximo que o toque retal se faz através deste, escapa dos malefícios da radiação, em qualquer de suas formas e vai sofrer a ação deletéria desta, trazendo desconforto ao paciente, com frequentes alterações do hábito intestinal (tenesmo) e sangramento.
A Braquiterapia, implante de sementes radioativas na próstata (teriocamente em próstatas pequenas), próximo aos sítios do câncer, também é responsável por sintomas dolorosos, impotência e incontinência no CaP. As sementes, mesmo depois de entregarem a dose programada no(s) tumor(es), continuam na próstata e despertam reação de corpo estranho, que leva a um desconforto urinário crônico, que leva os pacientes a pedirem para que sejam retiradas, o que é tecnicamente impossível, pois qualquer tipo de radiação na região pélvica faz os órgãos aí presentes, descritos acima, se aderirem entre si, originando o termo “pelve congelada”, comum também na mulher, nos tratamentos radioterápicos do câncer de uterino.
Depois das considerações acima, fica claro que a inversão da ordem dos tratamentos para o CaP pode comprometer – de forma definitiva – a qualidade de vida do homem com CaP.
Resumindo, depois de se iniciar qualquer tratamento de RT, a abordagem cirúrgica do Cap (Prostatovesiculectomia Radical) torna-se inviável, frustrando as possibilidades de cura e de melhor qualidade de vida, a médio – longo prazo, o que faz da RT uma opção de tratamento ruim nos estágios iniciais (doença restrita à próstata) e eficaz nos estágios avançados (doença extra prostática, metastática ou dor) do CaP.
Já a Hormonioterapia (HT – Castração Clínica), realizada com análogos LH-RH ou antiandrógenos orais, é paliativa do ponto de vista de cura, pois apenas promove a dormência do tumor até este despertar já insensível às medicações. Não é desprovido de efeitos colaterais, pois o uso contínuo destas medicações promove a disfunção erétil, pois o objetivo é baixar o hormônio masculino e sem dúvida irá repercutir na esfera sexual. Outro ponto negativo, é o aumento da densidade do sangue, que mais “espesso” pode originar frequentes acidentes vasculares neurológicos e/ou a embolia pulmonar, o que obriga a este tipo de paciente, pelo bom senso, ao uso de anticoagulantes orais ou pelo menos, o uso de aspirina.
Além disto, o uso por mais de seis meses, pode dificultar a cirurgia, que não se impede após a HT, mas deve ser instituída após um curto período de tempo deste tipo de medicação. Como a próstata é um órgão alvo de testosterona, o uso dos análogos LH-RH pode atrofiar a mesma, retraindo suas margens anatômicas, possibilitando, caso o paciente faça a opção tardia pela cirurgia radical, deixar margens positivas de tumor, que após a descontinuação do análogo LH-RH, voltará a se desenvolver, elevando o PSA acima de 1,0ng/ml, as chamadas recidivas locais e bioquímicas.
Frequentemente, se usa a RT associada à HT, nos estágios mais avançados ou no evento da falha do tratamento cirúrgico.
Discuta amplamente com seu médico TODOS os tipos de tratamento do CaP, a cirurgia radical, os aspectos da radioterapia e da hormonioterapia, suas associações, interações e suas consequências tardias, anos após. Procure outras opiniões na sua cidade ou em centros maiores. Pode decidir sua vida e principalmente, sua qualidade de vida depois dos tratamentos.
A evolução das técnicas de laparoscopia e material cirúrgico, hoje apresentam resultados significativamente melhores do que a 10 ou mesmo 5 anos atrás. Os resultados dos procedimentos minimamente invasivos de hoje, por via laparoscópica, são muito favoráveis em relação às técnicas cruentas, com melhores resultados estatísticos da Incontinência Urinário do Esforço (IUE) e da Disfunção Erétil (DE), que dependem também da idade do paciente e dos tratamentos anteriores para o total sucesso. E a RT e a HT sempre poderão ser utilizadas em qualquer recidiva tumoral do CaP.
Prostatites
É qualquer condição associada à inflamação ou infecção da glândula prostática. Ocorre raramente em jovens, porém com muita frequência em homens adultos, aumentando a incidência com a idade. Estima-se que a prostatite seja responsável por cerca de 25% das consultas médicas anuais dos homens, em consequência de queixas referentes ao aparelho gênito-urinário. De fato, é a doença urológica mais comumente diagnosticada em homens. Cerca de 50% dos homens adultos desenvolvem alguma prostatite durante a vida.
A prostatite é causada por bactérias ou outros organismos infectantes que chegam na próstata vindos da bexiga, dos rins ou de um contato sexual com uma pessoas infectada. O uso de camisinha durante o ato sexual pode prevenir uma infecção. Uma outra causa da prostatite pode ser devido à hiperplasia prostática benigna (HPB), que pode causar um refluxo da urina depois da micção, fazendo com que esta penetre na próstata. Um químico presente na urina irrita os tecidos da próstata, causando uma inflamação.
As prostatites podem ser classificadas como:
- Prostatites infecciosas:
Agudas: há sempre a participação de um agente infeccioso, representado em geral por certos micróbios, como bactérias. Em certos casos, podem surgir febre e calafrios, exigindo consulta médica sem perda de tempo;
Crônicas: a causa é sempre constituída também por uma bactéria. Seus sintomas, porém, são mais discretos muitas vezes representados por infecção repetida da bexiga (cistite).
Prostatites não-infecciosas: Embora sua causa permaneça desconhecida, a sintomatologia é muitas vezes expressiva, requerendo o uso de medicamentos, como os chamados “alfa-bloqueadores”, que relaxam o tecido muscular da próstata, reduzindo a dificuldade de urinar.
A glândula prostática pode infectar-se por bactérias através da:
- Via ascendente, na qual a urina pode refluir para dentro dos dutos prostáticos, geralmente ocorrendo após instrumentação da uretra ou bexiga;
- Via hematogênica, por disseminação de bactérias, como infecções estafilocócicas agudas, tuberculose ou infecções fúngicas profundas;
- Contaminação direta a partir do reto, através de ductos linfáticos.
De modo geral, o risco de uma prostatite aumenta em pessoas que:
- Tiveram, recentemente, um instrumento médico inserido no trato urinário;
- Praticam sexo anal;
- Possuem alguma anormalidade no trato urinário;
- Tiveram recentemente, ou têm frequentemente, infecções de bexiga;
- Desenvolveram HPB.
Os sintomas de uma prostatite causada por bactérias são normalmente severos, fazendo com que a diagnose seja rápida. Incluem febre, calafrios, dor na porção baixa das costas e na região pélvica, fatiga e micção dolorida ou frequente. Os sintomas de uma prostatite causada por agentes não bacterianos são semelhantes, podendo também incluir desconforto nos testículos e na uretra, sangue na urina ou na ejaculação, dificuldades durante o ato sexual e micção frequente.
Exames
Além do escore de sintomas, o médico precisa reunir outras informações para diagnosticar com certeza o tipo de problema que o paciente prostático apresenta. Assim, se você já passou dos 40 anos e tem queixas urinárias sugestivas de alteração prostática, sua consulta médica vai obedecer às seguintes etapas:
História clínica – Interrogatório sobre suas queixas urinárias, passado cirúrgico, medicação em uso e outras eventuais doenças (no passado e/ou atuais);
Exame físico – Além do exame geral, seu principal ponto é o toque retal, através do qual o médico pode avaliar diversos aspectos da próstata: volume, consistência, nódulos, limites, sensibilidade. Contribui também para orientar sobre possíveis alterações neurológicas associadas.
Uma vez detectadas alterações prostáticas que precisam ser mais bem esclarecidas, seu médico vai encaminhá-lo para o urologista, especialista em doenças do trato urinário e do sistema reprodutivo masculino.
Toque retal
É uma técnica simples e importante. O médico insere o dedo no reto do paciente e sente a próstata através do tecido retal. É um teste rápido que pode revelar o tamanho, o formato e a textura da próstata, se ela está dura ou não, com ou sem calosidades. Com base no toque retal o médico decide se testes adicionais se fazem necessários.
Exames complementares
Os exames de sangue e de urina servem sobretudo para verificar se o funcionamento renal já não foi comprometido pelo mal funcionamento da próstata:
Exame sequencial de urina: Este teste pode determinar a localização de uma infecção. São feitas três coletas de urina: a primeira deve ter medida certa para carregar somente bactérias que, possivelmente, estejam contaminando a uretra; a segunda amostra deve coletar líquidos resultantes de uma massagem prostática, para coletar fluido prostático; a amostra final deve conter a urina que estava retida na bexiga, para que se determinem possíveis infecções neste órgão.
Creatinina: É importante no estudo da função renal. Estima-se que 10% dos portadores de HPB evoluem com insuficiência renal;
PSA (antígeno prostático específico): É considerado marcador importante, embora não seja específico para câncer, uma vez que pode apresentar aumentos importantes também em casos benignos, como a própria HPB, as infecções e os infartos prostáticos;
Ultrassonografia transabdominal: Trata-se de um método não invasivo que permite avaliar o tamanho e a textura da próstata, resíduo urinário na bexiga e outras alterações do trato urinário;
Ultrassonografia transretal: É indicada quando há suspeita de câncer de próstata, em particular para orientar a biópsia prostática;
Outros exames com indicações específicas: Urofluxometria, Urodinâmica, Uretrocistoscopia, Urografia Excretora, Uretrocistografia, etc.
Hoje em dia alguns testes podem fornecer imagens da próstata. A tecnologia usada inclui o ultrassom, raio-x com auxílio de corante que é injetado no sangue, ressonância magnética e CAT scan. Estes dois últimos são feitos por equipamentos bastante sofisticados que simplesmente reproduzem imagens de tecidos moles do corpo.
Tratamento HPB
Confirmado o diagnóstico de HPB, o primeiro ponto que você deve saber é que, se não for tratada, essa doença, apesar de benigna, pode provocar complicações graves:
- retenção de grandes volumes de urina;
- comprometimento dos rins;
- predisposição para infecções urinárias, etc.
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é definida como o crescimento glandular prostático que ocorre na maioria dos homens a partir dos 50 anos de idade, sendo prevalente em mais de 50% após os 60 anos.
Esse crescimento é um fenômeno ainda não completamente esclarecido, porém relacionado à atividade dos andrógenos e dos fatores de crescimento da próstata. Os elementos estromais tem um papel na regulação de vários aspectos funcionais do epitélio, até mesmo no crescimento.
Vários trabalhos epidemiológicos também revelaram que aproximadamente 30% dos pacientes com crescimento prostático necessitam de tratamento cirúrgico.
A ressecação transuretral da próstata (RTU) é o padrão-ouro no tratamento cirúrgico da obstrução provocada pela HPB, com grande satisfação do paciente e poucas queixas no pós-operatório. A RTU da próstata é realizada usando corrente elétrica monopolar, ressecando-se o tecido prostático por meio de corrente de corte, e a hemostasia é realizada pela corrente de coagulação. Para evitar a condução de energia elétrica para outros tecidos deve-se utilizar uma solução de irrigação não-condutora, sendo, portanto, impossível a utilização de solução salina. Apesar da baixa incidência de complicações, a intoxicação hídrica e a hemorragia são temidas no pós-operatório. De certa forma, a RTU com corrente monopolar não deve se entender por mais de 90 minutos, o que limita o seu uso nas próstatas grandes (acima de 80g e 90g).
Tratamento da HPB
A necessidade de tratamento da HPB está relacionada com a intensidade dos sintomas obstrutivos ou com a ocorrência de complicações relacionadas à obstrução: infecção urinária de repetição, sangramento frequente e insuficiência renal.
O tratamento medicamentoso (com a introdução na prática clínica dos inibidores de 5-alfa-redutase e dos alfabloqueadores) tem um papel importante na terapêutica moderna da HPB. Entretanto, com a evolução dos sintomas ou a ocorrência de complicações, a desobstrução cirúrgica se impõe.
Novas técnicas cirúrgicas
Apesar do sucesso terapêutico do RTU monopolar e de seu aperfeiçoamento por meio da modernização dos sistemas ópticos e dos bisturis elétricos, novas técnicas tem sido pesquisadas no sentido de minimizar as complicações cirúrgicas e ampliar a sua utilização para qualquer tamanho de próstata.
Várias técnicas tem sido testadas na última décadas, algumas com resultados razoáveis, outras com pouca eficiência.
Apesar dos bons resultados e da simplicidade técnica, o de 60 W tem uma limitação que é o tamanho da próstata tratada (não superior a 60 cc de volume), por causa da menor velocidade de vaporização a 60 W. A fim de melhorar a velocidade da vaporização, foi desenvolvido um equipamento de laser que emite uma potência média de 80 W. Esse equipamento fornece uma energia total de 200.000 Joules e é possível tratar próstatas com volume de até 80 cc. Vale salientar que uma segunda geração de laser no sistema KTP, com potência de 120 W, está sendo introduzida, com provável aumento da eficiência do método por sua maior capacidade ablativa. Tal dificuldade é atualmente contornada pela retirada de fragmentos pela uretra ou seja, o laser hollmiun não faz vaporização, apenas a enucleação, por isto as freqüentes complicações com sangramento, retenção urinária e uso de sonda por alguns dias, como também na RTU pode acontecer.
A dificuldade, que limita o tamanho a ser tratado e por isso e resolutividade do método, é o comprimento de onda (absorbância). Cada comprimento de onda tem afinidade por um elemento químico, aqui no caso da próstata, sangue e água. Nosso organismo é 75% de água, presente em todos os tecidos. Até então, os laser urológicos eram focados na presença de sangue (hemoglobina). Nas grandes próstatas, o tecido prostático periférico é rechaçado durante o crescimento e torna-se menos vascularizado ou seja, tem menor irrigação sanguínea. Assim, na faixa de 532nm, há grande afinidade do laser pela presença de hemoglobina, presente no adenoma central que obstrui a uretra, mas, na próstata periférica, o tecido que é pressionado contra a cápsula da próstata (tecido fibroso rígido que contém a próstata) devido ao crescimento, sofre uma diminuição da irrigação sanguínea pela menor vascularização, tornando-se menos rico em sangue e visualmente pálido, mas, igualmente rico em água. Os aparelhos com menor potência e comprimento de onda ao redor dos 532nm, têm visível dificuldade para vaporizar o tecido, aumentando o tempo da cirurgia e consequentemente, sua morbidade, sem falar do custo adicional da fibra, que tem uma vida útil calculada em J (Joules – unidade energia calórica) para alguns produtos.
A mais recente tecnologia a laser aplicada na Urologia, já aprovada pelo FDA e pela ANVISA, emprega os confiáveis laser de diodo, como potências de até 250W, que é o caso do aparelho da alemã Dornier Medtech, Medilas D Urobeam. Com uma absorbância em torno de 940nm (engloba, sangue e água) ele é capaz de vaporizar os tecidos ricos em sangue, como a porção central do adenoma prostático, bem como o tecido da porção periférica, menos vascularizado, mas, igualmente rico em água. Esta fase da VLPA é que impõe alguma dificuldade aos laser menos potentes e com comprimento de onda na faixa da absorbância da hemoglobina, 532nm (sangue = hemoglobina). Desta maneira, o Medilas D Urobeam pode tratar com facilidade, próstatas maiores que 120g – 150g sem dificuldade, não prolongando o procedimento cirúrgico.
De qualquer forma, a vaporização prostática a laser tem algumas vantagens incontestes para quem tem indicação de operar a próstata:
Sondagem vesical e internação entre 12 a 24 horas (day-hospital basis);
Dispensa da irrigação vesical pós-operatória, mesmo com a sonda;
Menor incidência de complicações intra e pós-operatórias;
Ausência de sangramento, o que permite seu uso em pacientes utilizando, com prótese ou stent vascular anticoagulantes orais ou injetáveis;
Consulte seu cardiologista!Cistoscópio mais fino, com menos dano à uretra;
Rápido retorno às atividades físicas e profissionais (down time)
Na ablação transuretral com agulha, esta transmite para o tecido prostático ondas de rádio de alta frequência, provocando calor local, destruição do tecido prostático e desobstrução da uretra. O processo inflamatório local provoca muitos sintomas irritativos, e a melhora dos sintomas obstrutivos ocorre após semanas.
A termoterapia transuretral por micro-ondas também é um processo de desobstrução pela destruição térmica do tecido prostático. Essa técnica, além de resultados insatisfatórios, é contraindicada em pacientes com marca-passo, implantes metálicos e desfibriladores implantados.
Duas técnicas cirúrgicas para o tratamento da obstrução provocada pela HPB tem revelado bons resultados iniciais e podem ameaçar a posição da RTU monopolar como padrão-ouro, são elas: ressecção bipolar e vaporização prostática a laser.
Ressecção transuretral bipolar
Esta nova tecnologia utiliza a energia elétrica transmitida por um gerador bipolar. Um “bolsão” de plasma ionizado é criado, o que permite a ressecção, a vaporização e a hemostasia ao mesmo tempo. Não há necessidade de fio terra; a energia elétrica está contida no eletrodo, de tal forma que o efeito é localizado, não havendo passagem de eletricidade através do paciente.
A técnica bipolar requer um meio eletrolítico para conduzir a energia elétrica do eletrodo ativo para o eletrodo de retorno. Portanto, a solução salina é utilizada na irrigação do RTU bipolar, eliminando a possibilidade de síndrome pós-RTU e também a limitação do tamanho da próstata.
O eletrodo bipolar funciona bem com solução salina aquecida. Quando o eletrodo em alça é usado, o tecido prostático é ressecado. Quando o eletrodo de vaporização é utilizado, não há tecido para ser removido. Regularmente utiliza-se uma sonda de duas vias sem irrigação.
As primeiras experiências multicêntricas internacionais com a tecnologia de ressecção bipolar (Coblation) confirmam a viabilidade e segurança do método. Uma avaliação subjetiva mostrou o benefício do método em relação à RTU monopolar, com eliminação da síndrome pós-RTU, menos destruição tecidual e redução de sangramento.
Recentes trabalhos referem-se à RTU bipolar como um dos mais significantes avanços na ressecção transuretral da próstata, destacando o impacto positivo na segurança do paciente e no treinamento de residentes.
Embolização
O Boletim da Urologia (BODAU), vinculado à Sociedade Brasileira de Urologia, na sua edição de Jan/Fev 2014, diz:
“O uso da embolização na solução da HPB continua a ser controverso, carece de volume de procedimentos e tempo de seguimento, mas tem sido útil para confirmar a preferência pelos métodos endoscópicos tradicionais – a RTU, Plasma e o LASER – como padrão de tratamento (golden standart) para a obstrução infravesical da bexiga pela próstata na HPB/HBP.”
Leia o texto na íntegra sendo debatido na Sociedade Brasileira de Urologia – SBU e a posição da desta em relação ao assunto.
Câncer de Próstata
É assustador, mas não se pode fugir da realidade de que um câncer de próstata representa hoje o tipo mais comum de câncer no homem. Estima-se que um em cada dez homens vai desenvolver câncer de próstata em alguma fase de sua vida.
O tumor se inicia na maioria das vezes na zona periférica, para depois crescer e invadir as demais áreas da próstata. Pode permanecer confinado à glândula, mas também pode se expandir, afetando as regiões vizinhas ou, em casos avançados, alcançar partes mais distantes, a exemplo dos gânglios (do sistema linfático) e dos ossos. São as conhecidas “metástases”.
O diagnóstico de câncer prostático, em geral, fundamenta-se nos seguintes exames:
- Toque retal;
- Determinação do nível de PSA (antígeno prostático específico);
- Ultrassonografia transretal;
- Biópsia de Próstata.
O tratamento do câncer de próstata é quase sempre de natureza cirúrgica (prostatectomia radical), quando diagnosticado na fase inicial.
Outros tratamentos:
- Radioterapia;
- Hormonioterapia;
- Irradiação interstical;
- Criocirurgia.
Radioterapia Interna ou Braquiterapia
O prefixo médico “braqui” significa curto. Braquiterapia é o termo dado à aplicação de fonte ou fontes radioativas o mais perto possível ou até dentro do tumor. Isto permite que seja dada uma dose muito mais alta ao tumor sem expor tecidos vizinhos, o que é impossível pela radioterapia externa. Outra vantagem da braquiterapia é que a radiação (queda de dose) ocorre muito mais rapidamente nos tecidos vizinhos, diminuindo nestes seus efeitos deletérios (no caso da próstata, retite, cistite e dermatite actínica).
Na indicação da braquiterapia, seu urologista concluiu que uma grande dose radiação é a melhor opção de tratamento para um câncer de próstata localizado. A braquiterapia é uma maneira de dar uma dose elevada de radiação num curto espaço de tempo, o que seria impossível com a radioterapia externa, pelas conseqüências nos tecidos vizinhos.
A braquiterapia ou radioterapia interna, coloca um implante radioativo o mais perto possível das células cancerosas. No lugar de um grande equipamento de radioterapia, o material radioativo é acondicionado e isolado em sementes ou cápsulas que serão introduzidas no seu organismo por meio de cateteres, agulhas ou tubos, colocados diretamente em contato com o tecido cancerígeno.As substâncias radioativas mais comumente usadas são o césio, o irídio, o iodo, o fósforo e o paládio.
A braquiterapia pode ser usada no tratamento de neoplasias malignas da cabeça e pescoço (tireóide), seios, útero, e próstata. Pode ainda ser associada à radioterapia convencional externa.
Você pode ainda ouvir os termos radioterapia intraluminal (tubos do corpo como esôfago, intestinos, estômago) ou intracavitária (cavidade natural do corpo, como a boca, vagina, narinas), mas o termo que ganhou força é a braquiterapia, e seu implante, sementes ou cápsulas.
Para a maioria dos implantes é necessária uma forma de anestesia, que pode ser regional ou geral. No caso da próstata, a mais utilizada é a regional (raquianestesia ou peridural), pois haverá apenas manipulação abaixo do umbigo. São ainda necessários equipamentos de imagem para determinar com precisão o local o implante das sementes, sendo a ecografia (ultrassom) e a radioscopia (RX em tempo real) os mais utilizados.
A indicação da braquiterapia para o câncer de próstata se faz em homens com doença localizada (TMN:T1-T2a), Gleason baixo ou moderado (6 ou menos), próstatas pequenas ou menores que 60 gramas, expectativa de vida (condições clínicas) de pelo menos 10 anos e risco cirúrgico razoável. Algumas situações dificultam o implante das sementes e devem ser avaliadas pelo seu urologista antes da indicação da braquiterapia, como tratamento cirúrgico prévio (ressecção endoscópica ou prostatectomia transvesical), hormonioterapia prévia prolongada (oral ou injetável). Ainda, algumas situações contra-indicam o procedimento, como PSA elevado acima de 20ng/ml, próstatas volumosas acima de 60 gramas, doença a distância (metástases), cálculos prostáticos (corpos amiláceos) e algumas variações anatômicas muito fechadas do arco púbico (osso atrás do pênis) que impedem a exata localização das sementes. Tais considerações são para que a braquiterapia possa trazer benefício ao cliente e não gastos desnecessários e prejuízo à sua saúde. Como ficou bem claro, apenas alguns pacientes irão se beneficiar deste método. Para os que não se encaixam nas condições ideais, não haverá benefício algum. Esta seleção rigorosa é necessária para que o tratamento seja bem sucedido.
Não é um método isento de complicações, algumas graves como veremos a seguir. Estas podem ser agudas (logo após o procedimento) como a dor perineal (entre o escroto e o ânus), sangramento urinário (perfuração da uretra ou bexiga) e retenção urinária são as mais comuns. As complicações subagudas ocorrem após 2 a 4 meses do procedimento, sendo as mais comuns os sintomas irritativos e obstrutivos como urina frequente com pouco volume, ardência urinária, jato urinário enfraquecido, necessidade de urinar à noite e sensação de bexiga cheia. As complicações tardias mais comuns são as conseqüentes à radiação, como a proctite ou retite actínica, cistite hemorrágica (actínica) incontinência urinária e impotência sexual (disfunção erétil) pela irradiação da inervação erigente, a mesma que tentamos proteger na cirurgia radical durante a dissecção da próstata e vesículas seminais.
Geralmente após o procedimento o paciente volta para o quarto e não há risco algum de contaminação do médico, enfermagem e familiares. Podem ser instituídos cuidados com urina e fezes, dependendo do implante utilizado. Assim, após a alta o paciente pode voltar às suas atividades normais.
RX simples de pelve mostrando sementes de Braquiterapia na topografia da próstata. Note semente que migrou para o abdômen, acima do grupo da próstata. | Enchimento uretral na uretrocistografia. | Detalhe da uretra afinada no interior das sementes, com início do enchimento vesical. |
Bexiga cheia, prova miccional, note uretra afilada no centro das sementes. | Mesma imagem, lateral oposto. | Resíduo pós-miccional, confirmando queixas urinárias do cliente. |
Detalhe lateral | Detalhe lado oposto. |
Leia a opinião do urologista Dr.Paulo Rocha, TiSBU:
Radioterapia X Hormonioterapia X Cirurgia Radical no Câncer de Próstata: “Comprometendo o futuro por causa do presente”
Crioterapia, Criocirurgia ou Crioablação no Câncer de Próstata
Consiste na introdução de uma sonda ou probe que produz temperaturas baixíssimas, que destroem o tecido por congelamento. Após, haverá necrose tecidual e o material necrótico será retirado pelos macrófagos (células que retiram do nosso organismo células mortas ou doentes), com posterior cicatrização do tecido normal, tendo o tecido canceroso teoricamente sido destruído. As indicações da criocirurgia são muitos semelhantes às da braquiterapia e as complicações mais graves, como congelamento e perfuração do reto, bexiga, uretra e suas conseqüências. A dificuldade da criocirurgia é ter certeza de que as margens cirúrgicas estão seguras (livres de tumor), uma vez que não se obtém material para exame anátomo-patológico.
Prevenção
Sobre problemas urinários…
Atualmente, o câncer de próstata já é o terceiro tumor maligno mais diagnosticado no Brasil e o quinto que mais mata. Como a doença não provoca sintomas em sua fase inicial, o Instituto Nacional do Câncer e a Sociedade Brasileira de Urologia recomendam que todo homem a partir dos 40 anos faça uma avaliação clínica anual, uma vez que, com a detecção precoce, esse tipo de câncer tem elevado potencial de cura.
Porque os casos de câncer de próstata vem sendo cada vez mais frequentes?
Entre 1980 e 1990 houve um aumento de 65% na incidência dessa doença, muito provavelmente devido aos avanços dos métodos diagnósticos. Como 80% dos casos de câncer de próstata são detectados em homens com mais de 65 anos, é bem possível que a sua incidência cresça com a elevação da expectativa de vida do brasileiro, cuja tendência é ultrapassar a barreira dos 70 anos no ano 2020, segundo dados oficiais.
Como evitar que a doença atinja cifras alarmantes de mortalidade?
O surgimento do câncer ainda não está totalmente esclarecido pela ciência, embora já se conheçam muitos fatores de risco para seus vários tipos. Assim sendo, a detecção precoce do câncer, ou seja, no estágio inicial da doença, ainda á a melhor forma de prevenção, visto que, nessa fase, há um grande potencial de cura com radioterapia ou cirurgia.
De que forma o homem deve proceder para se prevenir?
A partir dos 40 a 45 anos todo homem deve procurar um urologista anualmente para fazer uma avaliação clínica da próstata, ainda que esteja se sentindo bem e não tenha histórico de câncer na família. Essa avaliação consiste no toque retal – dada a proximidade da próstata com o reto – , um exame indolor qu permite ao médico identificar possíveis lesões na região. Além disso, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que, nessa faixa etária, todo homem realize um exame de sangue para dosar o Antígeno Prostático Benigno (PSA), substância que, quando apresenta níveis aumentados no organismo masculino, pode indicar problemas prostáticos.
E quem tem histórico de câncer na família?
Para homens que têm antecedentes familiares de câncer de próstata, a preveção deve começar mais cedo, aos 40 anos, devendo incluir a avaliação clínica e a dosagem de PSA no sangue, anualmente. O mesmo vale para homens da raça negra, grupo no qual há uma incidência maior (37%) do câncer de próstata.
Se os exames preventivos forem suspeitos, o diagnóstico de câncer já fica confirmado?
Não. Para a confirmação recorre-se, em geral, à ultrassonografia transretal, que possibilita a visualização da região e de seus eventuais comprometimentos, ainda que estes sejam imperceptíveis. O exame pode ser associado a biópsias dirigidas ou aleatórias nas áreas suspeitas, que consistem na retirada de minúsculos fragmentos da próstata para a análise de suas alterações.
Como a ultrassonografia é realizada?
Uma sonda em forma de bastão, devidamente protegida por um preservativo, é introduzida no reto do paciente. Na ultrassonografia com biópsia, a única diferença reside no fato de que uma espécie de agulha é acoplada a essa sonda, de forma que possa extrair fragmentos da próstata. Para evitar sensibilidade, a região é anestesiada com xilocaína antes da realização desses exames.
Os sintomas característicos de problemas na próstata, como dor e dificuldade para urinar, podem ser sinais de câncer?
A maioria desses sintomas decorre do aumento da próstata e, via de regra, está relacionada a alterações benignas. É importante salientar que o câncer de próstata em fase inicial, com grande chance de cura, não provoca sintomas. Daí a necessidade de avaliação anual com exame clínico e dosagem de PSA.